A boa briga é aquela em que todas as opiniões são legitimadas. Talvez o casal não chegue a um consenso, mas é importante que as diferenças se manifestem, que ambos possam se colocar sem simular que está tudo bem quando não estiver. A briga produtiva é muito diferente de gritar e xingar, de ficar muda e emburrada ou ainda de insistir nas eternas reclamações, que só desgastam e amortecem o conflito, quando o fundamental é enfrentá-lo.
A chave é: fazer-se escutar e abrir-se para ouvir o outro.
Caso contrário, o motivo da briga deixa de ser importante, e vocês disputarão a última palavra. Cuidado com as certezas absolutas, a ilusão da verdade única – o que existe são duas visões que precisam ser respeitadas.
Isso abrirá espaço para futuras negociações. Discutir só para ver quem tem razão é destrutivo e não ajuda a simbolizar o que é necessário. E, diante do confronto, vocês terão que elaborar perdas, como a imagem do casal perfeito e as idealizações a respeito do parceiro. Por mais que exista amor, o convívio mostra que o outro não é “tudo o que você sonhou”, e sim uma pessoa real, que pode pensar diferente.